Hoje eu
Tive um sonho em carne viva
E ao acordar
Percebi
Que a vastidão que eu busco em ti
Habita em em mim
Só sei te decifrar
Longe daqui
E se o tempo se ausentar
Fugir
Esse olhar
Me distrai e me atrai
A mergulhar
Nos teus poros
Labirintos surreais
E demorar
Só sei te decifrar
Longe daqui
E se o tempo se ausentar
Fugir
Segue teu mar
Só não esquece de aprender a nadar
Antes desse maremoto chegar
Que ele sempre vem
Desmoronar
E a cada escombro que tentar revirar
Também me escondo do que vim procurar
Mas nem sempre tem
E deixo um pouco mais de mim
Me afasto, mas meu rastro permanece ali
Querendo um tanto mais de ti
E volto incompleto como eu sempre fui
Como flui o mar
Segue teu mar
Só não esquece de aprender a nadar
Antes desse maremoto chegar
Que ele sempre vem
Desmoronar
Que essa apatia ainda vai nos matar
E quem vai se importar
É quem já está sofrendo como está
Se posicionar é se reconhecer em alguém
Né erguer a cabeça só quando convém
Nem vem!
E deixo um pouco mais de mim
Me afasto, mas meu rastro permanece ali
Querendo um tanto mais de ti
E volto incompleto como eu sempre fui
Como flui o mar
A gente tem em comum
O que tem de incomum
Nem vem me endireitar
Que torto é o teu olhar
Eu tô bem, ainda bem
Afinal
Não sou de andar só
Mas calma e fique são
Que tudo é só ficção
Não tenho nada além
Do corpo nu que sou
Que veste o que não tem
Que sente amor e dor
Eu tô bem, ainda bem
Afinal
Não sou de andar só
Mas calma e fique são
Que tudo é só ficção
about
Em "Pontes de Vidro, parte 2", segundo da série de três EP's, Caio Castelo (Fortaleza-CE) revisita a sonoridade mais orgânica que vinha marcando seus primeiros álbuns, com destaque para os riffs de guitarra, pianos elétricos e arranjos vocais. O EP chega às plataformas no dia 13 de setembro de 2019.
Enquanto as canções do primeiro Pontes de Vidro falavam sobre reflexos, é a sensação de vertigem que assume o fio condutor desta segunda parte. "Labirintos surreais", a faixa de abertura, já indica isso desde o título até sua sonoridade que combina uma atmosfera psicodélica a um refrão marcante ("só sei te decifrar longe daqui e se o tempo se ausentar, fugir") que crescem à medida que a música evolui.
A segunda faixa é "Maremoto" que conta com participação de Carolina Rebouças, somando sua caneta pesada à poesia mais sutil de Caio numa faixa que versa sobre se perceber como parte de algo, se distanciar e se deslumbrar. Também reúne, com personalidade, elementos de jazz, pop e hip-hop. "Se posicionar é se reconhecer em alguém, né erguer a bandeira só quando convém, nem vem".
"Fique são", escrita em parceria com Pedro Falcão, encerra o EP com uma sonoridade mais acústica e dançante que as demais, apontando uma possível direção para o EP seguinte. A faixa traz versos como "A gente tem em comum o que tem de incomum", propondo um olhar sobre o quê, em meio a toda essa vertigem, é real, projetado, interior ou externo a nós. E se realmente queremos ou não ter uma resposta para isso.
credits
released September 13, 2019
Caio Castelo (voz, guitarras, baixos, synths e samples), Ayrton Pessoa (teclados e sintetizadores), Igor Ribeiro (bateria e percussão), Artur Guidugli (preparação vocal), Taís Monteiro (fotografia), Raisa Christina (ilustração) Felipe Goes/Carta&Carta (design). Produzido por Caio Castelo na Orelha.
Músico e produtor musical. Iniciou sua carreira nos Comparsas da Vivenda, lançou três álbuns e tem colaborações com nomes como Marcelo Jeneci, Tiago Araripe , Silvero Pereira, Lorena Nunes, Clau Aniz, entre outros.
Woozy, rollicking indie rock that's thick and humid, searching vocals set against pealing guitars. Also available on cassette. Bandcamp New & Notable Aug 22, 2016
The Los Angeles-based indie rock artist's first full-length album is inspired by songwriters like Glen Campbell and George Harrison. Bandcamp New & Notable May 8, 2020